O superintendente da SPTC realizou mais uma de suas reuniões com os peritos que estão ingressando na Instituição, objetivando, ao que parece, rebater uma matéria do site da Appes que o acusa de tratamento discriminatório.
Segundo suas palavras, é “mentira” que o Departamento de Identificação e os peritos papiloscópicos recebam tratamento diferenciado e diminuto de sua parte, e que a questão principal é que “tem que saber pedir” para ter investimentos, numa clara alusão à subserviência que impõe. É o famoso “princípio da pessoalidade administrativa”.
Criando um novo princípio administrativo, o “saber pedir”, o superintendente mais uma vez falou, falou e falou, apresentando, ao final, mais dois investimentos na SPTC: um scanner para locais de crimes para a perícia criminal e um ônibus, último tipo e cheio de rococó, para fazer mutirões políticos de carteira de identidade dia e noite.
Jogou aquela conversa conhecida, dizendo que a Appes tinha se retirado das reuniões da comissão da autonomia comandada por ele, que simplesmente atropelou a autonomia do Departamento de Identificação e dos peritos papiloscópicos. E ainda queria que a Appes batesse palmas para essa invasão de competência contrária aos direitos do cargo e para a usurpação dos direitos da categoria.
Como sempre tratando desigualmente os iguais, recentemente o superintendente surpreendeu a todos ao adentrar acompanhado de uma delegada numa das seções do Departamento e dizer: “se esse pessoal é perito eu não sei, mas que o trabalho realizado por eles é bom, isso é”! Quem se encontrava na sala, estupefato, ficou indagando: “quem é ele, algum perito das hostes opostas (?!)”.
E olha que ele nem conhece direito o trabalho da categoria porque não buscou durante esse tempo que comanda a SPTC, ao arrepio da legislação, se informar e constatar que o trabalho é melhor ainda do que pensa.
Só não funciona melhor mesmo porque o superintendente não valoriza o cargo, não trata a categoria com igualdade, não busca solucionar os diversos problemas que impedem os peritos papiloscópicos de estarem combatendo com eficiência a criminalidade. O superintendente, na verdade, pensa que é o comandante em chefe do Departamento de Identificação. E só dele!
Nem uma agulha foi adquirida por esse superintendente e investida no Departamento de Identificação. Nada! Absolutamente nada! Pedidos simples não são atendidos. A não ser que queira que sejam feitos projetos mirabolantes para adquirir scanners, abrir portas, etc.
Até os cem anos do Departamento quase que ele usurpa e passa para seus apaniguados fazerem a festa, subvertendo a história. Não usurpou totalmente, mas transformou os donos da festa em meros coadjuvantes sem eira nem beira. Como deve estar satisfeito!
Chegou ao nosso conhecimento, para categorizar sua aversão ao Departamento de Identificação, que o superintendente afirma que os projetos do Departamento não serão aprovados porque os peritos papiloscópicos “não têm competência” para fazê-los. Essa foi sua máxima!
Mas, na verdade, o problema é outro: o tratamento diferenciado que vem impondo aos peritos papiloscópicos desde que assumiu o cargo e nele se mantém é que será a causa de mais esse descaso com a categoria. Descaso que será cobrado no momento oportuno e nos canais competentes. O superintendente parecer querer massacrar o Departamento de Identificação.
Evidente que as verdades magoam os superintendentes da SPTC. Mas o problema não é saber pedir, e sim saber administrar e aplicar o princípio da isonomia. O que não pode são entidades de classe serem acuadas porque reclamam, respeitosamente, da discriminação sem sentido, sendo forçadas a ficar de pires na mão em gabinetes implorando para que o Departamento seja agraciado com coisas mínimas e a categoria ser respeitada pelo seu trabalho.
Trate os iguais com igualdade e valorize um cargo que tem cem anos de existência neste estado, superintendente! Feito isso, a recíproca será verdadeira!