Cientistas decifram o enigma da datação de impressões digitais
Traduzido por Jessica Mapo
Criminosos podem estar com os dias contados após especialistas forenses descobrirem como datar com precisão as impressões digitais, uma descoberta que pode datar impressões na cena policial de um crime de anos atrás.
“Não é o Santo Graal da impressão digital, mas é uma descoberta muito importante”, diz Marcel de Puit, pesquisador de impressões digitais do Instituto Forense Nederlands (NFI), saudando o que ele diz ser a primeira do mundo.
“A polícia nos pergunta regularmente se podemos datar as impressões digitais da cena do crime”, diz ele, por exemplo, impressões de um vizinho encontrados na cena de um assalto. Elas foram deixadas na última vez que o vizinho saiu para um café ou a partir da noite do crime?
“Ser capaz de datar as impressões significa que você pode determinar quando um suspeito em potencial estava na cena do crime, ou que as impressões digitais são relevantes para a investigação”, diz De Puit. As impressões digitais deixam marcas quase únicas em uma superfície que podem ser copiadas e comparadas com um banco de dados para identificar um suspeito, técnica da polícia que ganhou destaque no início de 1900.
As marcas em si são feitas de suor e gordura, incluindo uma mistura complexa de colesterol, aminoácidos e proteínas. “Os produtos químicos nessas impressões digitais podem ser analisadas”, diz De Puit. “Alguns desaparecem com o tempo e são as proporções relativas destes produtos químicos que nos permitem datar uma impressão digital.
” As tentativas anteriores para decifrar a fórmula para datar impressões digitais falharam porque eles se concentraram nas quantidades de produtos químicos, em vez de suas proporções relativas, diz De Puit. Levando-se em conta a temperatura do ambiente das impressões originais, o que afeta a velocidade de deterioração, peritos forenses podem agora data impressões digitais dentro de um ou dois dias, até 15 dias.
Teste em campo A nova técnica tem de ser testada exaustivamente em cenas de crimes reais, levando à criação de um banco de dados, antes que ela possa ser usada em processos judiciais, “esperamos que dentro de um ano”. Como o banco de dados se expande, assim a técnica é segura, permitindo à polícia datar as
impressões digitais de vários anos antes. Nesse meio tempo, De Puit e sua equipe estão trabalhando em outra técnica de análise revolucionária: análise de produtos químicos de impressões digitais para determinar o consumo de droga ou comida de um suspeito.
Fonte: ABC Science