O introdutor da Dactiloscopia no Brasil foi José Félix Alves Pacheco, nascido no dia 02 de agosto de 1879, em Teresina, Estado do Piauí, notável jornalista, poeta, escritor e homem público, foi Ministro de Estado, apesar de ter sido o introdutor do Sistema de Identificação Humana criado por Juan Vucetich, ficou mais conhecido como jornalista e literato.
Félix Pacheco foi o único representante do grupo simbolista, que gravitava ao redor do poeta negro Cruz e Souza, que conseguiu chegar à Academia Brasileira de Letras. Aos 18 anos de idade, iniciou-se no jornalismo, fez parte da redação do jornal “O Combate”. Em 1913, assumiu o cargo de diretor-redator-chefe do Jornal do Comércio. Ingressou na carreira política, e corno político, exerceu o mandato de Deputado Federal pelo Estado do Piauí durante quatro legislaturas, sendo posteriormente, eleito Senador da República em 1921.
Foi nomeado Ministro das Relações Exteriores do Brasil, no Governo do Dr. Arthur Bernardes.
Chicotadas, versos satíricos, foi o seu primeiro livro publicado, seguindo-se outras obras; Via Cruéis, Mors Amor, Tu Só Tu…, Poesias, Lírios Brancos, Descendo a Montanha e livros técnicos de Identificação como O Problema da Identificação, A Reforma do Serviço Antropométrico, além de urna série de apostilas e artigos publicados nos jornais. No início da carreira literária, sofreu severas críticas por parte do jornalista João do Rio, que o atacava impetuosamente em seus trabalhos. O jornalista da Regência e Via Cruéis, no inquérito O Momento Literário da Gazeta de Notícias, em 1904, era entrevistado pelo ferrenho adversário, o mesmo João do Rio. Félix Pacheco, foi um dos melhores e apaixonados dos poemas franceses, que na época, influenciava a geração ao simbolista que preferia as fórmulas abstrusas e enigmáticas, principalmente Baudalaire. Este figurava no título de três de seus ensaios: Baudalaire e os Milagres do Poder da Imaginação, Paul Valéry e o Monumento a Baudalaire em Paris e O Mar através de Baudelaire e Valéry.
Em 11 de maio de 1912, foi eleito com 19 votos para ocupar a cadeira de Araripe Junior, na Academia Brasileira de Letras. No dia 14 de agosto de 1913, aos 34 anos de idade, em seu discurso de posse na Academia, prestou uma homenagem ao poeta negro Cruz e Souza – poeta dos Bróquios, juntamente com elogios ao antecessor Araripe Junior. Deu-lhe as boas-vindas regimental, o acadêmico Souza Bandeira, que numa discurso empolgante, lembrava a iniciação literária do novo acadêmico no grupo simbolista, que movia guerra à nascente Academia. Lembrou ainda, na sua fala, que Félix Pacheco, como diretor do Gabinete de Identificação da Polícia Civil, se tornara o maior propagandista da datiloscopia, promovendo intensa divulgação pelos jornais, irradiando para todo o país, o método criado por Juan Vucetich, participando de inúmeros congressos internacionais, a fim de estudar a implantação do novo sistema de identificação lançado na Argentina.
Foi por iniciativa de Félix Pacheco, que o Presidente da República, Dr. Rodrigues Alves, que em 05 de fevereiro de 1903, através do Decreto 4.764, introduziu a Datiloscopia como método mais simples e mais perfeito para identificar criminosos, cadáveres, pessoas desconhecidas e também pessoas honestas, reunindo os dados de qualificação, dados morfológicos – exame descritivo, sinais particulares. Todos estes dados serão subordinados à classificação dactiloscópica, de acordo com o Sistema Vucetich, considerando-se, para todos os efeitos, a impressão digital como prova mais concludente e positiva da identidade do indivíduo, dando-se-lhe prioridade ao conjunto dos outros dados que servirão para complementação da individualidade.