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Distorcendo Foucault

Ele também caminhava sobre as águas! Principalmente quando detinha as chaves dos cofres do Estado… Na época, todos até diziam que quem mandava em tudo era ele, mesmo sem ter sido eleito para tal.

Ele fazia chover no deserto, e pagava com as malas do Paraguai. Fazia as retas se encontrarem no infinito, mas se calava, e ainda se cala, covardemente, quando a sereia canta e as polpudas verbas de propaganda emudecem inexplicavelmente seus falsos super-heróis.

Ele pôde fazer e resolver, mas preferiu ser omisso e deixar a situação se agravar a tal ponto que as masmorras se instalaram no estado e os policiais foram relegados ao último plano.

Ele distorcia idéias com sua fala mansa, que mais remetia à de um capo italiano pronto pra dar o bote e fazer o bom sucumbir ao mau.

Ele deixou o poder e se aliou a ela, a verdadeira responsável pelo panoptismo no Brasil. A principal culpada pelo incomensurável poder dos abastados; por só existir nas cadeias pretos, pobres e prostitutas. Ela, que vive das verbas fáceis da propaganda enganosa, que elege e depõe quem bem entende, que faz o povo viver na fantasia do maior abismo entre pobres e ricos existente no mundo, que esconde o impublicável e só se lembra do povo quando seus interesses mesquinhos estão em jogo.

Agora, falsamente do lado de cá, ele imaginou que seu passado houvesse sido esquecido – ele tinha esperança que todos fôssemos incautos e tivéssemos memória curta. Isso porque sob o governo do qual fez parte, e foi o maior mandante, NENHUM INVESTIMENTO foi direcionado à Polícia Civil e os policiais chegaram a amargar seis meses de salários atrasados.

O que ele fez pelos presos nas “celas de lata” que afirma estar a diretoria do Sindipol defendendo? Ele teve as chaves dos cofres e as notícias da época dão conta de presos amontoados como ratos nas cadeias e nos presídios do estado. De policiais passando fome com um dos menores salários do Brasil.

Sem dúvida, com suas distorções do pensamento de Foucault, ele foi um dos criadores do panóptico capixaba e das “celas de lata” que hoje abrigam os presos que quer fazer crer estar defendendo.

O Sindipol defende policiais! É uma entidade de defesa de policiais!

Antes de mais nada, o Sindipol defende a sociedade porque está inserido nela e é ela que paga os salários da categoria policial e sofre as conseqüências dessas atitudes de falsos defensores da moralidade e dos presos, que ignoram que as opções estão entre a masmorra e a pocilga, ambas criadas pela omissão criminosa quando ele ainda detinha as chaves dos cofres e se quedou omisso.

O que o Sindipol está defendendo é a sociedade e os policiais! A defesa de presos deve ser feita por órgãos de direitos humanos. O Sindipol deve respeitar os direitos humanos, mas não é uma ONG de defesa de presos. E ao que consta, inclusive, nem mesmo a empresa de comunicação dele também o seja. Empresa que deve ser isenta, ouvindo ambas as partes. Sua opinião, no caso, deve ser de magistrado.

Mesmo porque, uma hora dessas sai aquela polpuda “verbinha” de publicidade e tudo volta ao silêncio sepulcral.

Será que ele sabe que os presos da “cela de lata” foram transferidos para a DP de Novo Horizonte, onde estão recolhidos mais de 400 presos num local em que não cabe nem sequer 50 (cinqüenta) presos apertados? Será que ele saiu de seu ar condicionado e se dirigiu até a Divisão Patrimonial para ver os policiais passando a noite tomando conta de uma dúzia de presos, sem poderem piscar o olho, para não ocorrer uma fuga. Será que ele se dignou a se dirigir até aquela unidade policial para ouvir a opinião dos presos que estão algemados com as mãos nas costas e passaram a noite toda num desconforto sem fim?

Enfim, será que ele ouviu a opinião dos moradores e das pessoas que sofreram nas mãos daqueles presos? Será que ele entende o temor que elas sentem ao saber que pode ocorrer uma fuga em massa se eles renderem um dos policiais que estão de pé dia e noite vigiando para que não fujam?

Afinal, de onde vem sua ira? Da sua omissão criminosa quando tinha a chave dos cofres e afundou o estado? Quando criou os pilares do panóptico capixaba?

Vejamos o trecho do capítulo que resume claramente esta tese de Foucault:

“(…)
MP- Em outras palavras, e para voltar ao panopticon, Benthan não projeta somente uma sociedade utópica, ele descreve também uma sociedade existente.

MF (Foucault)- Ele descreve, na utopia de um sistema geral, mecanismos específicos que realmente existem.

MP- e, em relação aos prisioneiros, apoderar-se da torre central não tem sentido?

MF (Foucault)- Sim. Contanto que este não seja o objetivo final da operação. Os prisioneiros fazendo funcionar o dispositivo panóptico e ocupando a torre – você acredita então que será muito melhor assim que com os vigias ? ” Pag.126

Será que ele teria essa mesma coragem de publicar a opinião de Foucault a respeito de empresas como as que dirige?

Camarada! Você virou um grande burguês, e sempre foi um anti-Foucault!

Postada por: Antônio Tadeu (Em homenagem a minha amiga Neuzinha que me pediu para não parar de escrever)

OBS.: o que é panóptico?

Panóptico é um termo utilizado para designar um centro penitenciário ideal desenhado pelo filósofo Jeremy Bentham em 1785. O conceito do desenho permite a um vigilante observar todos os prisioneiros sem que estes possam saber se estão ou não sendo observados. De acordo com o design de Bentham, este seria um design mais barato que o das prisões de sua época, já que requer menos empregados.

O nome aplica-se também a uma torre de observação localizada no pátio central de uma prisão, manicômio, escola, hospital ou fábrica. Aquele que estivesse sobre esta torre poderia observar todos os presos da cadeia (ou os funcionários, loucos, estudantes, etc), tendo-os sob seu controle.

A estrutura da prisão incorpora uma torre de vigilância no centro de um edifício anular que está dividido em celas. Cada uma destas celas compreende uma superfície tal que permite ter duas janelas: uma exterior para que entre a luz e outra interior dirigida para a torre de vigilância. Os ocupantes das celas se encontrariam isolados uns de outros por paredes e sujeitos ao escrutínio coletivo e individual de um vigilante na torre que permaneceria oculto. Para isso, Bentham não só imaginou persianas venezianas nas janelas da torre de observação, mas também conexões labirínticas entre as salas da torre para evitar clarões de luz ou ruído que pudessem delatar a presença de um observador.[1]

O termo é utilizado na obra Vigiar e Punir, de Michel Foucault, para tratar da sociedade disciplinar, e pelos teóricos das novas tecnologias, como Pierre Lévy e Howard Rheingold, para designar o possível controle exercido pelos NOVOS MEIOS DE INFORMAÇÃO SOBRE SEUS USUÁRIOS.

Fonte: Wikipedia

Notícia adicionada em: 2/11/2009 11:26:28 PM

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