(Fonte: site da PC/ES)
Durante oito meses, uma perita da Polícia Civil do Espírito Santo teve a oportunidade de prestar serviços voluntários e compartilhar sua experiência enquanto esteve à disposição da Força Nacional de Segurança. Ela realizou o trabalho de ajuda na identificação de cadáveres e busca pela localização de familiares, na cidade de Luziânia, em Goiás.
A perita, Selma Maria de Souza, pode exercer as atividades de necropapislocopia em conjunto com a equipe da Força Nacional de Segurança, ajudando na identificação de corpos considerados indigentes. “Durante o tempo que permaneci lá, conseguimos diminuir a taxa de cadáveres não identificados e que a família não tinha conhecimento”, relatou.
Em Goiás, ela era a coordenadora da área de pericia e referência na área de necropapiloscopia. Por meio desta experiência, ela percebeu o quanto a perícia do Espírito Santo está atualizada e avançada em relação aos demais estados do país. “Descobri que o Brasil tem vários ‘brasis’ que não conhecem o universo da tecnologia existente para trabalhar e evitar o sepultamento de pessoas indigentes”, completou a perita.
Entre os casos que tiveram a colaboração do trabalho da perita, ela destacou a perícia e a identificação do corpo de um pastor chileno. “Nesse caso, só foi possível recuperar parcialmente o dedo anelar esquerdo e após o cruzamento de dados com a delegacia local e com a Polícia Federal do Rio de Janeiro, chegou-se à identificação dele. O resultado desse caso foi tão positivo que a Embaixada do Chile e o Ministério das Relações Exteriores se interessaram em saber o meio utilizado para se chegar à identificação concreta do chileno”, explicou a Perita.
Outro caso importante em que participou, foi a de um grupo de pessoas encontradas mortas, em Luziânia. “Após todo o processo de coleta, pesquisa, análise e confronto, foram realizadas investigações pelas redes sociais e sites até encontrar os familiares das vítimas em Minas Gerais, São Paulo e também no Piauí”, lembrou Selma.
A perita da Polícia Civil ainda participou de um Mutirão da Cidadania, onde pode contar um pouco da sua profissão e realizar demonstrações do funcionamento da Perícia Papiloscópica ao público presente. “O entendimento e foco do profissional é que após a morte, várias situações legais e pessoais se abrem, como por exemplo, seguro, partilha de bens, contratos, além da questão da dignidade do morto e de seus familiares, no sentido de poderem dar ao seu ente querido um sepultamento digno, encerrando assim um ciclo”, frisou Selma Maria.
A experiência, proporcionada por um convênio assinado entre o Governo Estadual e a Secretária Nacional de Segurança Pública (Senasp), teve início em dezembro do ano passado e terminou no mês de julho.
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