Reclamação (jornal “A Gazeta”)
Vocês fizeram hoje (24/04) uma matéria a respeito da perícia criminal capixaba e da impunidade. Entretanto, mais uma vez deixaram de fora o Departamento de Identificação, que é parte primordial para a resolução dos crimes e a identificação dos criminosos, além de também integrar a perícia.
O subtítulo da matéria diz: “Sem apuração técnica, a identificação de criminosos fica mais difícil…”. Afirmamos aqui publicamente para vocês de “A Gazeta”: o sucateamento do Departamento de Identificação deixa a apuração de crimes e a identificação de criminosos IMPOSSÍVEL.
Solicitamos desse renomado meio de comunicação, em nome dos peritos do Departamento de Identificação, que reparem esse permanente “equívoco”, analisando nas matérias sobre a perícia, imparcialmente, todos os setores que a compõem. Porque se o objetivo da matéria é tratar da impunidade, deixar de fora o setor que é um dos mais importantes para combatê-la, só escamoteia a impunidade.
A perícia necropapiloscópica (a que identifica mais de 90% dos corpos que dão entrada no DML) está absolutamente sucateada; o Estado do ES é um dos poucos em que o setor não se encontra informatizado; a equipe independente de perícia do Departamento em crimes contra o patrimônio foi desmontada; o cargo de perito papiloscópico é o mais defasado da perícia; pessoas estranhas aos quadros da categoria são responsáveis pela colocação de dados no sistema, causando todo tipo de fraudes; os cidadãos obtêm suas identidades sem confronto de suas impressões digitais para garantir a unicidade, transformando o Departamento no maior causador das fraudes documentais; a perícia prosopográfica (imagens) só existe no papel; o laboratório do Departamento não tem materiais para as perícias e são comprados pelos próprios peritos para não parar de vez; o sistema criminal está praticamente parado, causando uma impunidade sem precedentes; o sistema afis da PF está parado; perícias de locais de crimes não podem ser concluídas porque o sistema informatizado de reconhecimento de impressões não existe (é tudo manual); etc.
A sociedade precisa conhecer melhor o assunto e ser informada de forma melhor contextualizada. Solicitamos essa gentileza de “A Gazeta” nas matérias sobre o tema, se o objetivo de fato é combater a impunidade.