No ano de 2008 foi descoberta uma nova técnica para revelar e levantar impressões digitais na superfície do invólucro de metal que são ejetados após disparos de arma de fogo.
Publicamos aqui para conhecimento de todos os Peritos Papiloscopistas o artigo da revista on line Wired Magazine sobre o tema.
Lembrando que no X Congresso Brasileiro de Identificação, Perícias Papiloscópicas e Necropapiloscópicas, realizado no ano de 2009 em Recife-PE, esta técnica foi apresentada pelo Profº da Universidade Federal do Rio Grande do Sul – VALTER STEFANI – Doutor em Ciências Químicas.
A maioria dos criminosos não são conhecidos por sua inteligência. Eles, certamente não são páreo para Bond, John Bond. O chefe da perícia da Polícia Northamptonshire, no Reino Unido encontrou uma nova forma para revelar as impressões digitais em cápsulas ou estojos deixados para trás após um tiroteio. Seu trabalho baseia-se na recente descoberta de que o calor extremo libertado quando uma arma é disparada faz com que o sal (cloreto de sódio) existente nosuor secretado pelos dedos das mãos, corroam um pouco o invólucro.
Os Peritos em impressão digital, geralmente procuram vaporizar a superfície das cápsulas com cianoacrilato na tentativa de revelar impressões digitais ou seus fragmentos, mas isso só funciona se o suor não tiver se dissipado totalmente. Bond percebeu que através da aplicação de eletricidade em vez de cianoacrilato, as impressões digitais podem ser detectadas mesmo após vários anos depois de uma bala serdisparada. Ele já ajudou a polícia de Kingsland, Georgia, a identificar impressões em quatro estojos de uma cena de crime de 1999, e ele está trabalhando em outros.
Veja como ele é feito.
No local de crime, coleta-se os invólucros de metal que são ejetados pela arma após os disparos. Os Cartuchos de munição são geralmente feitos de bronze, o metal perfeito para reagir com o suor, corroendo-o, instantaneamente quando uma arma é disparada.
Aplica-se uma descarga elétrica de 2.500 volts no cartucho. A área corroída onde está a impressão digital, não segura tanta energia quanto o resto do metal.
Polvilha-se a superfície do cartucho com um pócondutor, tipo flocos superfino de carbono –tonner usado em copiadoras, o qual se fixará nas áreas de baixa energia da carcaça de metal, revelando a impressão digital.
Agora, basta capturar a impressão digital revelada, através de macrofotografia. Assim comocom qualquer impressão digital comum, uma imagem digital poderá ser pesquisada em bancos de dados de impressões digitais policiais. O resultado da pesquisa poderá identificar o atirador ou pelo menos a pessoa que carregou a arma.
Fonte: WIRED MAGAZINE
Foi também publicado na Journal of Forensic Sciences dos EUA.
Veja abaixo um video no idioma inglês sobre esta técnica: