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Craque, os clubes do Rio acham pela digital

Heróis do Tricampeonato, Carlos Alberto Torres e Jairzinho topam enfrentar teste genético

Fabrício Costa
Do GLOBOESPORTE.COM, no Rio de Janeiro

Garotos da base dos clubes do Rio passam pelo temido exame de dermatoglifiaNão que as peneiras estejam com os dias contados. Mas os quatro grandes clubes do Rio de Janeiro estão inovando na hora de selecionar os garotos das divisões de base. Se antes bastava a criança ou o adolescente mostrar qualidades em alguns coletivos. De dois anos para cá, os futuros jogadores passaram a enfrentar o temido exame de dermatoglifia. Isto é, o teste que revela se as impressões digitais são ou não de um atleta de alto rendimento.

Prova disso, é o trabalho que vem sendo realizado pelo coordenador das escolinhas de futebol do Flamengo, Antônio Lima, que não abre mão da genética na colheita de talentos em potencial.

– A demanda de garotos é muito grande. Precisamos ter outros parâmetros, além dos testes de coordenação e resistência, para escolher os melhores jogadores. Não é o fim das peneiras. Mas, hoje, o exame de dermatoglifia é indispensável no intuito de potencializarmos as características dos meninos. E nos possibilita individualizar os treinamentos logo que algum garoto ingressa na escolinha – garante Antônio Lima, que está à frente de 70 escolinhas do Flamengo espalhas por todo o Brasil.

Agulha no palheiro

Candidatos a craque do Fla também têm que passar por testes de coordenação e de resistência

De acordo com o doutor em dermatoglifia da Universidade Castelo Branco, Paulo Dantas, somente 3% da população mundial carregam consigo características de atletas de ponta. E, neste caso, a genética torna a seleção de garotos nas divisões de base mais objetiva. Sendo assim, é possível identidicar, por exemplo, os níveis de coordenação, força e velocidade dos candidatos a craque.

– Quem quiser se destacar no esporte, e aí incluo o futebol, tem que escolher bem seus ancestrais. Principalmente, a mãe, que é quem passa a maioria das características de atleta ao filho – brinca o professor, que há dez anos trabalha com exames de dermatoglifia no país. Mas só de dois anos para cá conseguiu formar um grupo de pesquisadores distribuídos entre Botafogo, Flamengo, Fluminense, Vasco e Madureira.

Heróis do Tri põem o talento à prova

GLOBOESPORTE.COM
Carlos Alberto Torres aceita passar pelo exame que analisa as impressões digitaisCom o intuito de comprovar a eficiência do estudo das impressões digitais, o GLOBOESPORTE.COM convidou dois ex-jogadores que fizeram história na seleção brasileira para participar do exame de dermatoglifia. O capitão do Tricampeonato, Carlos Alberto Torres, e o Furacão da Copa de 70, Jairzinho, toparam o desafio.

– Aceito passar por este teste porque acredito no poder da genética. A cada dia vão surgir novos estudos. Se eles forem levados a sério, iremos colher um melhor desenvolvimento dos atletas – afirma Torres, o mais novo capitão de uma seleção a erguer um troféu de Copa do Mundo, aos 24 anos.

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Jairzinho tem as marcas digitais coletadas pelo professor doutor Paulo Dantas
Por outro lado, Jairzinho lembrou que na época em que jogava sequer existia a figura do preparador físico quanto mais a do geneticista.

– A chuteira e a bola eram bem mais pesadas. Nem imaginava que um dia haveria fisiologista no futebol, por exemplo. Agora, temos que jogar junto com a ciência. Desta forma, conseguiremos manter a hegemonia no esporte – declara o único jogador a marcar gols em todas as partidas de uma Copa do Mundo.

Hora do veredicto

Resultado do exame de dermatoglifia em Carlos Alberto Torres e Jairzinho

Feito o exame e dermatoglifia, o professor Paulo Dantas constatou que tanto o ex-lateral-direito quanto o ex-atacante da seleção brasileira apresentam alta coordenação neuromotora. Isto é, eles têm um excepcional domínio de bola e tendem a mantê-lo por mais tempo que a maioria dos jogadores, por serem dotados de uma resistência privilegiada.

Fonte: globo.com

Antônio Tadeu Nicoletti Pereira

Notícia adicionada em: 9/18/2007 9:53:07 AM

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