Ana Paula Andreolla
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Uma das principais provas contra a arquiteta Adriana Villela no crime da 113 Sul foi motivo de intenso debate no terceiro dia de audiência. As discussões ocorreram durante o depoimento da quarta testemunha ouvida ontem, o perito papiloscopista da Polícia Civil do DF, Rodrigo Menezes de Barros.
Ele assina o laudo que, junto com outros elementos, coloca Adriana Villela na cena do crime no dia em que seus pais – o ex-ministro do Tribunal Superior Eleitoral, José Guilherme Villela e a advogada Maria Carvalho Mendes Villela – e a empregada do casal, Francisca Nascimento da Silva, foram mortos, no dia 28 de agosto de 2009.
Travando uma batalha intelectual com o perito, o advogado de defesa da arquiteta, Marcelo Turbay, tentou desacreditar o laudo, baseando-se na tese de que ele teria sido produzido em caráter experimental, não podendo, portanto, ser usado como prova.
Entre outros pontos, o laudo atesta que as digitais de Adriana, que foram encontradas pela primeira perícia realizada no apartamento do casal, teriam sido deixadas ali em um período de três a nove dias antes da coleta, o que leva a crer que a arquiteta teria mentido quando disse ter estado no apartamento dos pais pela última vez 20 dias antes da coleta, no dia 13 de agosto de 2009.
O advogado argumentou que no exame foram desconsiderados fatores relevantes, como interferência de poluição e de luminosidade sobre a digital, além de micro-organismos e outros elementos biológicos que não teriam sido considerados. O perito, no entanto, afirmou que esses fatores não teriam tanta relevância porque as digitais estavam dentro do armário, local em que o teste também foi feito nas mesmas condições de luz, com as digitais da própria Adriana.