Do setor de jornalismo Appes/Fenappi
Toda a população tem conhecimento do caos que problemas com sua identidade podem causar. No mundo atual, identidade segura, individualizando de forma eficaz as pessoas, é questão tratada com a máxima atenção e prioridade, dadas as conseqüências que fraudes, falsificações, prisões ilegais e arbitrárias, perda da privacidade e prejuízos de toda ordem podem causar.
O furto de identidade – e os atos criminosos dele derivados – cresceu assustadoramente nos últimos anos, custando ao país somente no ano passado um rombo de 11 bilhões, conforme se constata na matéria “Golpes com identidades falsas chegam a custar R$ 11 bilhões ao país” – link: http://opiniaoenoticia.com.br/brasil/golpes-com-identidades-falsas-chegam-a-custar-r-11-bilhoes-ao-pais/.
A questão do furto de identidade já foi inclusive tese de doutorado na Universidade de Brasília, fazendo um comparativo das questões da identidade nos EUA e no Brasil, o que pode ser conferido em “O PARADOXO DOS DOCUMENTOS DE IDENTIDADE: RELATO DE UMA EXPERIÊNCIA NOS ESTADOS UNIDOS” – link: https://www.researchgate.net/publication/250984568_O_paradoxo_dos_documentos_de_identidade_relato_de_uma_experiencia_nos_Estados_Unidos.
E se nem um rombo de 11 bilhões tem demovido quem brinca com a segurança da sociedade, imagine você cidadão se haveria preocupação com as demais conseqüências dessa omissão quase criminosa, quando ela envolve pobres e pessoas à margem da sociedade.
Qualquer um pode ter mais de uma identidade no ES, pode burlar o sistema de identificação, pode furtar a identidade alheia, pode cometer crimes dos mais diversos em nome de outrem, pode ludibriar o comércio, pode responder por crimes e ser preso indevidamente, passando por graves problemas porque “déspotas iluminados” ignoram solenemente o caos na identificação humana e no Departamento de Identificação.
Talvez porque pretendam a volta da idade média, podendo prender qualquer um sem provas, sem identidade, sem eira nem beira, lançando nas masmorras quem bem entenderem, afundando a economia do país e a segurança pública para nadarem na grana que afanam do Brasil desde seu “descobrimento”.
Vai se aproximando a hora em que os arbitrários de plantão, pouco se importando com a real segurança da sociedade, vão comemorar a volta da idade das cavernas no sistema de identificação da população, soltando rojões em comemoração pela “falência” total do Departamento de Identificação do povo capixaba.
Enquanto em outros estados as providências têm sido tomadas com a urgência que o caso requer, investindo-se, informatizando-se e realizando-se concursos para prestar um serviço social e pericial digno para a população, no ES nem por meio de uma PPP – parceria púbico-privada a melhoria do sistema sai de fato do papel.
O que nunca acaba é o uso dos serviços do Departamento de Identificação para fins políticos, fora das intermináveis filas em que o povo pena por sua identidade, grande parte sem saber que ela se transformou num documento que não atesta mais sua unicidade perante os demais cidadãos, o comércio, o cometimento de crimes, as fraudes e falsificações.
O que nunca acaba são “soluções” com as questões da identidade feitas por “especialistas” em desconstruir a segurança do sistema de identificação, implantadas sem ouvirem quem de fato labuta na Identificação, e que desaparecem da mesma forma como nascem: irresponsavelmente.
Há anos a grave situação é pública e do conhecimento das autoridades. Há anos as denúncias, pedidos de providências, de concursos e de investimentos aos governos são requeridos, incluindo a intervenção do Ministério Público e outros setores, informando o agravamento da situação e o estado caótico que cresce diariamente.
Absolutamente nada é feito ou providenciado.
Só resta dar os parabéns aos que ignoram o caos. Uns verdadeiros mestres em “desaparecer” pessoas, destruir a perícia, afundar Departamentos e a segurança.