Médicos pedem mais segurança após roubo dentro do PA de Carapina…
Mas, na verdade, deveriam exigir mais responsabilidade do Estado!
Vários médicos que trabalham no PA de Carapina, na Serra/ES, foram vítimas de roubo esta semana, conforme você constata na matéria da Folha Vitoria (clique aqui).
Mais um roubo que entraria no rol dos muitos que ocorrem todo dia, com todo respeito aos médicos que passaram por essa violência, se não fosse constatado mais um caso de impunidade institucionalizada.
Ao contrário do que geralmente ocorre nas barbas do Estado omisso e que faz a população refém da sua inoperância, dessa vez a perícia papiloscópica foi acionada. Você pode não acreditar, mas ela foi acionada para ir ao PA! Tempos depois do fato ocorrido, como sempre, mas foi acionada!
Chegando à cena do crime, os peritos papiloscópicos verificaram que o local estava totalmente limpo, lavado e encerado. A equipe de plantão, então, foi comunicada pelo Diretor do PA que: “esteve uma equipe antes de vocês e falaram que não seria possível levantar fragmentos digitais no local, pois uma caixa havia sido mexida”.
Acontece que os peritos que estiveram no local entediam ser plenamente possível a busca de fragmentos digitais se os demais objetos e o próprio local tivessem sido preservados, mesmo tendo sido a tal da caixa “mexida”.
Já pensou se esse mesmo expediente fosse adotado em relação aos demais cargos da PC? Por exemplo, chega um cidadão que foi roubado para prestar sua notícia crime na delegacia e um polical não delegado vira e diz: não entendo isso como crime de roubo; pode ir pra casa que não vai ser instaurado inquérito. E manda o cidadão embora!
Já imaginaram se isso ocorre?! É processo pra lá, sindicância pra cá, prisão pra lá e pra cá, enfim, todo tipo de processo vai ser lançado contra o autor do ato ignóbil: judicial, administrativo, civil, internacional, local, federal, etc e tal!
Mas, quando se trata de perícia papiloscópica, chega quem não possui o menor conhecimento sobre o assunto a manda limpar, mandar recolher, não preserva os locais, não aciona o plantão da categoria, etc! Uma “festa”!
Mas, uma “festa” que traz como consequência a impunidade institucionalizada, a falta de um mínimo respeito pelas vítimas, a desobediência às leis e a completa falta de observância de um padrão técnico que deveria ser rotina, principalmente para aqueles que detêm a nomenclatura de perito.
Uma coisa muito clara: um perito tem ciência e conhecimento mínimos sobre que tipo de prova pode levar à autoria de um delito, sua precedência sobre as demais, numa determinada situação e, principalmente, que tipo de experto possui bagagem técnica para efetivar seu levantamento. É o que a sociedade espera e o bom senso e a legalidade mandam, pois o objetivo é buscar solucionar os crimes, e não cooperar com os criminosos.
A hierarquia que deve prevalecer nos locais dos crimes é a hierarquia das provas (vestígios)! Qualquer perito do mundo sabe perfeitamente bem que tipo de vestígio pode e deve ser buscado em tal ou qual crime, essencial à elucidação do caso analisado. Se demonstra não saber, ou age de má fé ou com propósitos outros que não os interesses da sociedade!
Basta que a equipe que chega primeiro ao local alerte para que nada seja tocado, até a chegada do perito competente. E mais, que seja alertado sobre as consequências da violação de locais de crimes! Há algum mistério nisso?!
Vinte anos ininterruptos
Enquanto a impunidade campeia e faz a população inexplicavelmente refém da omissão estatal, durante vinte anos fica-se discutindo uma tese pericial “complicadíssima” que parece ininteligível para alguns incomensuráveis mestres das ciências criminais.
Essa tese é: fragmentos papilares têm alguma coisa a ver com Papiloscopia? Fragmentos digitais têm alguma coisa a ver com Papiloscopia? Perito papiloscópico tem alguma coisa a ver com Papiloscopia? Quem tem preparo para levantar, manusear, revelar, pesquisar, periciar fragmentos papilares é o perito em Papiloscopia?
Realmente, uma situação das mais complexas para ser resolvida, diante do lapso temporal a que se assiste a esse enigma científico: vinte anos! Patético, se não fosse trágico (principalmente para a população)!
Somado a esse enigma sem solução, segue-se outro: fragmentos papilares são vestígios importantes nos locais de crimes? Segundo a Interpol, as polícias americanas do norte, as polícias da Inglaterra, França, Itália, Holanda, etc, as impressões papilares são responsáveis, sozinhas, por mais provas com resultados nos tribunais do mundo inteiro do que todas as demais provas somadas!
Mas, já dizem os grandes mestres das teses inexplicáveis: essa Interpol e esses países desenvolvidos são muito atrasados e não entendem nada de “ciências quânticas” avançadas. Os interesses corporativos devem vir em primeiro lugar e, depois, bem depois, os interesses da sociedade!
Parece que o raciocino é exatamente esse, dado o tempo que se leva para resolver questões básicas, elementares!
Quando tudo parece perdido!
Quem é chamado para resolver o enigma?! Sim, ele, o Dr. Solution!
Deve ser por isso que o governo não quer que policial tenha cultura, que tenha nível superior, que fale inglês e espanhol e coisas do gênero. Prefere o “policial pau de arara”, o “policial choque nas partes baixas”, o “policial brucutu”!
E para que o texto não fique muito longo, vamos continuar o assunto no próximo crime impune!
Mas, com certeza, já vem mais um monte de asneira por aí…