Segurança destaca importância do trabalho da perícia
Por: Gabriela Zorzal
Fonte: http://www.al.es.gov.br/novo_portal/frmShowContent.aspx?i=34906
Essencial para investigação de crimes, o trabalho da perícia foi debatido na Assembleia Legislativa. Na reunião desta segunda-feira (28), a Comissão de Segurança destacou a importância da atividade na resolução do caso da morte dos irmãos Kauã Salles Butkivsky, de 6 anos, e Joaquim Alves Salles, de 3 anos, ocorrida em Linhares em abril. A Polícia Civil concluiu que as crianças foram mortas após serem agredidas, violentadas sexualmente e queimadas pelo pai de Joaquim e padrasto de Kauã, Georgeval Alves.
Nesse caso, o trabalho da perícia da Polícia Civil e também do Corpo de Bombeiros Militar foi determinante para desmentir a versão, apresentada por Georgeval, de que o incêndio teria sido acidental. Com o trabalho da perícia em destaque por causa do caso que chocou o país, o colegiado aproveitou para ouvir a Associação dos Peritos Oficiais Criminais e falar sobre as demandas dos servidores.
O representante da Associação dos Peritos Oficiais Criminais, Tadeu Nicoletti, destacou que a perícia da Polícia Civil possui o menor salário da categoria no país. “Há muitos anos a perícia capixaba tem o menor salário do país. Sobre o assunto, nós também requeremos a criação de uma comissão de negociação para dialogar com o governo e conseguir encontrar uma forma de valorizar o trabalho desses servidores da perícia e a manutenção desses bons profissionais. Isso é essencial para apresentar à população os resultados satisfatórios com uma perícia motivada”, destacou Nicoletti.
Comissão de Segurança disse que levará pauta de reivindicações dos peritos ao governo
A Comissão de Segurança, presidida pelo deputado Gilsinho Lopes (PR), disse que vai reforçar as demandas junto ao governo do Estado. “Apesar de ser um dos piores salários da federação, a perícia tem dado um verdadeiro exemplo de responsabilidade, comprometimento e resolução de vários casos do Estado. E nesse caso específico dos meninos de Linhares, a perícia da Polícia Civil e do Corpo de Bombeiros Militar fez um trabalho imprescindível e conclusivo para a denúncia e para prender esse monstro que se diz pastor”, afirmou o deputado.
Funções gratificadas e insalubridade
Nicoletti também citou outras duas demandas importantes para a categoria. “As funções gratificadas estão previstas em uma lei recente, no âmbito da reestruturação da Polícia Civil. Das 241 funções criadas, apenas seis foram destinadas aos servidores da perícia. Então, queremos que isso seja mais bem administrado, dividido de forma mais igualitária, porque nós somos um setor grande e que requer atenção”, explicou o representante.
De acordo com Nicoletti, o setor de perícia da Polícia Civil conta com cerca de 250 servidores ativos distribuídos em quatro departamentos (identificação, criminalística, médico-legal e laboratórios).
Outra questão é o pagamento da insalubridade, um adicional pago a servidores por trabalhar em determinadas condições, como expostos a substâncias nocivas, por exemplo. “A questão da insalubridade é um direito que já foi reconhecido pelo governo e está em uma lei que tem oito meses de publicação. Mas até agora não foi efetivado o pagamento dessa insalubridade, embora já tenha sido constatado os locais que são insalubres dentro da perícia e o percentual de cada local”, disse Nicoletti.