O superintendente da polícia técnica apareceu dando uma entrevista na TV Bandeirantes sobre o retrato falado. Falou bem, mostrou os aspectos do retrato falado, mas se esqueceu de falar algumas coisas que também são fruto da sua omissão.
Portanto, objetivando mostrar para a população que acessa o site da APPES toda a verdade, algumas coisas devem ser esclarecidas.
A seção de retrato falado foi criada por lei há mais de uma década, fruto da luta árdua da Associação dos Peritos Papiloscópicos e dos próprios peritos. Foi criada no papel, na lei… Mas, desde sua criação, os peritos papiloscópicos também lutam para que a seção de retrato falado seja realmente implantada, tenha peritos papiloscópicos atuando nela permanentemente, o que nunca foi feito.
Desde a criação da seção, os peritos papiloscópicos lutam para que o retrato falado realmente saia do papel na polícia capixaba. E esse serviço da maior importância sirva de fato à população na elucidação dos crimes.
Em algumas polícias civis, como a de Brasília, a seção de retrato falado está montada e funcionando a pleno vapor há anos. Naquela seção em Brasília é realizado um trabalho pioneiro que foi copiado até pela Polícia Federal, tal a sua magnitude.
Na época da criação da seção aqui no estado, a Associação realizou um curso para aprimorar todos os peritos capixabas, trazendo peritos de fora para ministrá-lo. Todos os peritos foram capacitados naquele curso, através da APPES.
Dois peritos papiloscópicos realizam o trabalho de retrato falado aqui no estado. E realizam com a maior capacidade, sendo elogiados inclusive nacionalmente, diante da competência, antes de tudo, com que lidam psicologicamente com as vítimas de crimes e conseguem tirar dados importantes na montagem dos retratos.
E no quesito técnica e arte, se tratam de dois artistas da maior envergadura que já criavam os retratos falados à mão, antes mesmo dos atuais programas de computador que hoje em dia auxiliam na confecção dos retratos falados.
Mas, esses dois peritos atuam em outra seção do departamento de identificação. Quando alguma autoridade se lembra que existe o retrato falado na PC, remete as vítimas para que seja confeccionado o retrato. E os dois peritos são deslocados do trabalho diário para confeccionarem os retratos requeridos. Isso num crime ou noutro quando a lucidez de algumas cabeças ou a falta de outras provas determina que o façam.
Isso não basta! E é até um descaso com a sociedade! O que a população precisa, a boa técnica manda e o bom senso impõe é que a seção saia do papel e funcione diuturnamente, adotando-se um hábito na PC de se encaminhar vítimas de muito mais crimes para que o retrato falado cumpra a função motivo de sua criação.
O superintendente entrou com a seção de retrato falado fechada, e parece que vai embora sem colocá-la para funcionar. Mais outro superintendente que passa depois da criação da seção, e ela parece que não vai sair mesmo do papel!
Isso não foi informado na entrevista!
E os crimes aumentando sem parar…
Antônio Tadeu/Vice-Presidente da APPES
Notícia adicionada em: 5/7/2008 8:08:30 PM