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Índices reais da criminalidade no ES: reunião na Comissão de Segurança da Ales

Reunião da Comissão de Segurança da Ales
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Fonte: Ales

A reunião ordinária da Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado da Assembleia Legislativa (Ales), prevista para esta segunda-feira (26), no Plenário Dirceu Cardoso, foi transformada em audiência pública dedicada a ouvir os policiais civis do Estado do Espírito Santo, em campanha pela valorização da categoria. A audiência foi dirigida pelo deputado Gilsinho Lopes (PR), substituindo o presidente do colegiado, deputado Euclério Sampaio (PDT), que estava em compromisso no interior do Estado.

O deputado Gilsinho Lopes informou aos presentes na audiência que irá fazer tudo para que consiga uma audiência da categoria com o governo, provavelmente para a próxima semana. Ao se referir ao que foi anunciado pela imprensa de que os policiais estão satisfeitos com seus salários, notícia rebatida por diversos oradores, o deputado sugeriu que se nominassem aqueles que se encontram nessa situação. O deputado garantiu que o movimento dos policiais civis do Estado é ordeiro, respeitoso e pacífico.

Os dirigentes das diversas entidades representativas da categoria dos policiais civis fizeram uso da palavra na tribuna do Plenário. A campanha dos profissionais da segurança, além da reposição salarial dos dois anos anteriores, inclui a aplicação correta da lei orçamentária, reposição de efetivos, nomeações para repor saídas por aposentadoria ou outros motivos, fim de perseguições, fim de remoções arbitrárias, aplicação da legalidade máxima.

Valorização

Os policiais querem também “acabar com a ilegalidade institucionalizada na segurança pública. O movimento tem uma pauta em prol da sociedade. Não é uma pauta meramente corporativa. Uma polícia bem valorizada terá mais investigação mais resolução de crimes e menos impunidade”, garantiu Rodolfo Laterza, presidente do Sindicato dos Delegados da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo.

Laterza afirmou que o movimento tem seu propósito, ao contrário do que afirmou, segundo ele, o secretário de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, André de Albuquerque Garcia. “O senhor pode invocar que estamos fazendo greve, mas nós não estamos fazendo greve. Estamos numa situação de colapso e temos o direito de nos manifestar contra a opressão”, afirmou. Segundo o delegado, o Espírito Santo está entre os que pior pagam os seus policiais.

Antônio Fialho Garcia Júnior, presidente da Associação dos Investigadores de Polícia do Estado do Espírito Santo (Assinpol), afirmou que o secretário da Segurança não reconhece as reivindicações da categoria dos policiais civis. “Nós vivemos uma ditadura da Justiça. Nós nem fizemos greve e tomamos uma liminar na cara para suspender a greve”, disse indignado o diretor da associação. “Se tivermos que ir pra greve, nós vamos. Não vamos abrir mão de nossos direitos”, alertou, mas disse que os policiais querem o diálogo e que a categoria está ansiosa.

Júnior entende que a polícia civil precisa ser valorizada pelos poderes públicos. Ele assegura que antes a categoria precisa ter segurança no trabalho e nos benefícios para poder propiciar segurança à população. “Nós não vamos aceitar que por decisão de juiz, a PM faça o nosso trabalho. Vai ter problemas. Nós estamos nos preparando para isso”, finalizou.

Colapso

Humberto Mileip, vice-presidente do Sindipol, “Se o governo do Estado não olhar para a Polícia Civil, esse colapso vai aumentar”, se referindo ao fato de que os policiais chegam a se cotizarem para comprar combustível para as viaturas para poderem trabalhar. Ele afirmou que foram retirados 10 milhões de reais do orçamento da categoria. Reitera a necessidade de negociação e esclarece que “o Estado não tem noção do que pode ser o nosso último contragolpe”.

Antonio Tadeu Nicoletti Pereira, presidente da Associação dos Peritos Papiloscópicos do Estado do Espírito Santo (Appes), reafirmou as críticas às declarações do secretário da Segurança e as condições salariais defasadas da categoria no Estado. Nicoletti Pereira lembra que a situação de masmorra por que passou o sistema penitenciário no Estado há alguns anos, e virou manchete nacional, teve início com a negligência dos governantes com as questões centrais da categoria. Exatamente como está acontecendo agora. “Se nossas questões não merecerem atenção”, e completou: “basta cumprir a lei que a polícia para”.

Em tom conciliador, o investigador de polícia Cabo Elson apelou ao diálogo: “Senhor governador, escute a nossa categoria. A hora é de caminhar ombro a ombro e não do peito a peito”.

A Comissão de Segurança e Combate ao Crime Organizado é presidida pelo deputado Euclério Sampaio (PDT), sendo o vice-presidente o deputado Da Vitória (PDT). Gilsinho Lopes (PR) é membro efetivo. São suplentes os deputados Erick Musso (PMDB), Sandro Locutor (Pros), Bruno Lamas (PSB), Amaro Neto (SD), além de Janete de Sá (PMN).

Veja repercussão no link:

Entidades denunciam colapso da Polícia Civil em sessão da Comissão de Segurança da Assembleia

Veja imagens abaixo:

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