Fotos: gazetaonline
Um crime de estupro seguido de morte por enforcamento foi cometido contra uma jovem de 20 anos, num matagal perto de sua residência, depois que ela saiu para ir à escola (clique aqui).
Segundo a reportagem do jornal “A Gazeta”: “Uma alça de velcro foi encontrada amarrada no pescoço da garota, que estava seminua e usava um par de tênis”.
Vestígios foram colhidos pela perícia embaixo das unhas da jovem para análise, objetivando ajudar a identificar o assassino, segundo também a reportagem.
Um dado da reportagem, entretanto, chama a atenção daqueles que lidam com a área pericial: o velcro que foi utilizado para enforcar a vítima é exibido numa foto, provavelmente tendo sido mexido e remexido sem ser obrigatoriamente PRESERVADO para ser examinado pela perícia Papiloscópica (ideal ser recolhido pelo próprio perito papiloscópico).
Provavelmente, aqueles que deixaram de preservar o velcro desconhecem a grande possibilidade de levantamento de fragmentos papilares nesses casos, e mais, parecem desconhecer a necessidade de preservação de vestígios que realmente poderiam levar à autoria (identidade) desse crime. E que essa possibilidade está relacionada ao fator tempo, ou seja, quanto mais rápido maior a probabilidade de encontro dos vestígios, e ao manuseio correto do objeto que contém o vestígio. Vestígios como os que poderiam ser encontrados no velcro se perdem imediatamente com o incorreto manuseio.
E não vamos nem entrar no mérito da possibilidade de levantamento de fragmentos no próprio corpo da vítima (sua própria pele), pois não existe nem um laboratório mínimo de perícia Papiloscópica no Estado do Espírito Santo. Mas, num lugar mais sério essa possibilidade seria esgotada, sendo plenamente possível o levantamento de provas nesses casos, conforme se pratica em vários outros países.
A diferença entre os vestígios encontrados sob as unhas da jovem e os que poderiam ser levantados no velcro é elementar: um vai depender da produção de provas contra si mesmo, enquanto o outro pode estar arquivado nos bancos estatais.
Não é de hoje que fatos como esse se repetem, em total prejuízo para a sociedade, sem que autoridades busquem se informar melhor e adotar as providências cabíveis.
A APPES deixa aqui no ar um alerta para a Corregedoria de Polícia e para os envolvidos, que está catalogando todos esses casos de violação de locais de vestígios ligados à perícia papiloscópica. No momento oportuno, os responsáveis serão chamados no local competente para se explicar por todos eles.
Mais um caso de impunidade oficial!