A campanha eleitoral para o governo do Estado se encerrou em outubro do ano passado, quando o então senador Renato Casagrande (PSB) conquistou em primeiro turno a vitória e se tornou governador eleito do Espírito Santo.
Da eleição até a posse – em 1° de janeiro – se passaram quase três meses. O governo já passou do quarto mês e até agora não se viu nada de novo nas políticas de combate à criminalidade.
O momento, entretanto, não é de cobrança a Renato Casagrande e nem à sua equipe. Afinal, o governo Paulo Hartung deixou uma herança maldita na área de segurança pública, com o Espírito Santo ocupando a segunda colocação no ranking dos estados onde mais acontecem assassinatos.
O Mapa da Violência do Ministério da Justiça mostra que, entre 1998 e 2008, ocorreram 189 mortes para cada grupo de 100 mil habitantes jovens, de 15 a 24 anos, no Estado.
É para a juventude de nossas periferias que as ações do novo plano de segurança estarão voltadas, com a promessa de serem divulgadas no dia 29 deste mês, quando Renato Casagrande vai com sua equipe para as ruas da Região da Grande Terra Vermelha, em Vila Velha.
Pelo que se ouve nos bastidores do Palácio Anchieta e nas unidades policiais, a expectativa é que, em vez de colocar mais policiais nas ruas, o governo vai com outra tropa de choque, que são os integrantes dos grupos de ações sociais de seu governo.
O Estado Presente, como o programa deverá ser chamado, vai ter uma aparência de ação comunitária permanente, com o governador Casagrande levando para as cinco regiões onde já estão instalados os Territórios de Paz serviços essenciais para as comunidades, a serem executados pelas secretarias de Cultura, Ação Social, Esportes, Saúde, Educação, dentre outras.
O pontapé inicial do Estado Presente será Terra Vermelha, mas nos dias seguintes o programa será implantado também simultaneamente nas demais regiões onde já existem os Territórios de Paz: São Pedro (Vitória), Feu Rosa (Serra), Nova Roda da Penha (Cariacica) e Vila Bethânia (Viana).
Até o final do ano, outras cinco regiões, onde o índice de homicídios é assustador, serão contempladas com o Território de Paz e o Estado Presente.
Haverá também a presença do Judiciário e do Ministério Público, realizando intervenções quando houver necessidade.
O Estado Presente é um conjunto de ações estruturadas, de curto, médio e longo prazo, para reduzir os índices de assassinato no Estado. O plano terá algumas linhas, como repressão qualificada e prevenção social.
Uma das ideias da equipe do secretário de Gestão Estratégia, André Garcia, que elabora os detalhes finais do plano de segurança, é premiar policiais militares e civis que cumprirem a meta de redução de homicídios. O governo está analisando qual vai ser o percentual de metas a ser cumprida em cada região.
O governo vem mantendo sigilo sobre o novo plano. Em recente reunião com prefeitos e empresários, porém, o governo informou as linhas que vão nortear o Estado Presente, mas sem entrar em maiores detalhes. Três dos prefeitos presentes à reunião confirmaram ao Blog do Elimar algumas linhas de ação do novo plano:
“As pessoas vão se surpreender quando plano enrtar em vigor. Ele vai ser importante para ajudar no combate à violência”, disse um prefeito da Grande Vitória.
As Comissões Antidrogas e de Segurança Pública da Assembleia Legislativa decidiram convocar os secretários de Estado da Segurança Pública e Defesa Social, Henrique Herkenhoff, e o de Ações Estratégicas, André Garcia; o comandante geral da Polícia Militar, coronel Anselmo Lima, e o chefe de Polícia Civil, delegado Joel Lyrio, para participarem de uma sessão especial na Ales, às 10 horas da próxima segunda-feira (16/05), para falar sobre o novo plano de combate à violência.
Mais de quatro meses depois de tomar posse – sem levar em conta os outros três meses que teve depois de ser eleito em primeiro turno –, o governador Renato Casagrande começa a dar sinais de que pretende abandonar o discurso e adotar logo a prática no combate à criminalidade.
Fonte: blog do elimar cortes