O caso do diretor do Banco do Brasil, Henrique Pizzolato, traz à tona uma verdade insofismável: o que estão fazendo com a identificação do povo brasileiro é algo de crime de responsabilidade.
Uma verdade, entretanto, que temos denunciado há tempos, sem que qualquer medida seja adotada, objetivando retomar o fio da meada e salvaguardar os direitos da população. E isso só pode ser feito com valorização e investimento nos Institutos de Identificação e em seu quadro pericial.
Os Institutos de Identificação vêm sendo sucateados ano após ano, passando os peritos que labutam em suas dependências por todo tipo de situação, que vão do assédio moral até o total desconhecimento de suas atribuições, loteados por gente que não respeita sua autonomia e sua imprescindibilidade para a sociedade.
A Federação Nacional dos Peritos em Identificação – Fenappi tem feito um levantamento da situação de descaso com os Institutos em todos os estados, tanto na área estadual quanto na federal, objetivando ingressar no Ministério Público Federal com pedido de providências, antes que volte a época da barbárie e o povo seja jogado inteiro nas masmorras, sem identidade alguma. Identidade é matéria de fiscalização federal.
O caso pizzolato deu mídia, mas a quantidade de pobres que se encontra nas masmorras por motivos relacionados à identidade passa sem notícia alguma.
O caso pizzollato é apenas a ponta do iceberg. O pano de fundo, não obstante, é o mesmo: o sucateamento dos Institutos de Identificação e a desvalorização de seus peritos vão acabar causando o caos no sistema de segurança do país.
O surrado descaso que precisa ser fiscalizado e punido. Enquanto não fazem nada, a população é que paga a conta!
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