A Papiloscopia é uma ciência que se baseia nos desenhos formados pelas cristas papilares encontradas nas pontas dos dedos, na palma das mãos e na planta dos pés. Desenhos estes que permanecem inalteráveis desde o sexto mês de vida intra-uterina, até a completa decomposição cadavérica. Não existem duas impressões papilares iguais, nem mesmo em gêmeos idênticos. O método de identificação datiloscópico é extremamente eficiente, seguro e de baixo custo, ou seja, uma impressão papilar refere-se a um único nome de uma determinada pessoa, com direitos e obrigações inerentes a ele.
É comum no Departamento de Identificação uma pessoa tentar adquirir uma nova carteira de identidade com documentos falsificados (certidões de nascimento ou casamento), mas ao fazer a pesquisa datiloscópica, o impedimento é imediato.
Pode ocorrer de pessoas serem aprisionadas por ter o mesmo nome de um fugitivo da justiça, providências simples como a coleta, pesquisa e confronto das impressões digitais dos indiciados e condenados evitariam a detenção, ou pior, a prisão errada, que dilacera a moral, a honra e a alma de uma pessoa inocente, que é humilhada, maltratada, desonrada e marginalizada injustamente, deixando um trauma irrecuperável a dignidade humana.
O mesmo pode acontecer com os cadáveres que podem ser identificados ou reconhecidos erroneamente pelos familiares, causando um grande transtorno a todos, ou pior, não são identificados e sendo enterrados como indigentes.
Novamente um procedimento simples de coleta, pesquisa e confronto das impressões digitais, também resolveriam o problema da identificação cadavérica. A identificação correta devolve o direito a um sepultamento digno do cadáver, cuja vida foi brutalmente ceifada e proporciona uma despedida por seus entes queridos, tornando possível um desfecho trágico, na verdade, mas necessário.
Para uma Perícia Papiloscópica eficaz, em local de crime, é essencial a preservação do local até a chegada da equipe da Perícia Papiloscópica. O perito papiloscópico faz uma análise do ambiente e tenta interpretar o fato ocorrido, por onde o meliante possivelmente passou e tocou, deixando suas impressões ou mesmo fragmentos digitais, palmares e também as plantares.
Após esta análise, emprega-se o reagente apropriado de acordo com a superfície, para a revelação das impressões/fragmentos papilares latentes ( invisíveis ao olho nu) no local. Na maioria das vezes o perito papiloscópico tem que improvisar, pois é fundamental sua atuação, independente das adversidades, é imprescindível que ele seja determinado, tenha garra, vontade e não desanime.
É gratificante ver no semblante de um requerente, a satisfação sabendo que apesar de toda precariedade, a Polícia Civil tenta descobrir a identidade do malfeitor, mesmo que não logre êxito. A vítima sente-se respeitada ao ser prontamente atendida.
Mesmo com toda dificuldade, o trabalho fascinante, silencioso, preciso, súbito, dinâmico, perfeito e técnico do Perito Papiloscópico encanta e deixa perplexos os leigos com seus surpreendentes resultados. Munindo-os de meios adequados, os profissionais da papiloscopia apresentarão provas incontestáveis da autoria do fato delituoso, por meio do laudo papiloscópico.
O Perito Papiloscópico com a grandiosidade dos seus trabalhos, sem alarde e sem exibicionismo presta um serviço social à população e um serviço criminal à justiça, com um alto nível de qualidade.
Rogério Pinto de Jesus
Glayson Cardoso Ferreira
Notícia adicionada em: 2/2/2006 12:21:48 AM