Appes.com.br Associação dos Peritos Papiloscópicos do Estado do Espirito Santo
Para que os peritos do laboratório (só existe o local, sem materiais) de perícia papiloscópica pudessem trabalhar estavam pegando luvas emprestadas com outro setor da PC. Acabou o “empréstimo” porque as luvas do outro setor também zeraram.
Os plantonistas estão indo aos locais de crimes sem luvas. Mexendo com todo tipo de material insalubre em locais de crimes sem nem sequer terem proteção das mãos. Em alguns casos, estão tendo que pedir luvas emprestadas dos peritos criminais e já chegaram a pedir luvas num hospital para poderem trabalhar.
Temos peritos que estão com as máscaras contra gases tão deterioradas que preferem trabalhar sem elas porque contaminam menos. E todos sabemos da toxidade dos materiais usados na perícia papiloscópica, altamente cancerígenos.
Não existem maletas de perícia para os plantonistas. As que restam são asolutamente precárias e estão um caco. E as equipes que estão sendo criadas no Interior estão trabalhando sem as maletas e materiais necessários.
Acabaram de entregar cinco máquinas fotográficas para os peritos criminais. Para os peritos papiloscópicos não existe nenhuma. É como se a categoria não existisse para a PC.
No plantão de Colatina que estão criando, fomos informados por peritos criminais que o local não comporta mais do que os colegas que lá se encontram. Não há espaço e nem acomodações para os quatro que estão pretendendo enviar para lá. Devem ter que pagar do próprio bolso para poderem morar e trabalhar.
Na seção de confecção de laudos do Departamento, existe apenas um computador com o software necessário para essa confecção. Foram pedidos mais seis softwares porque não há a menor condição de se fazer os laudos. A direção da Pc garantiu que viriam mais quatro softwares. Acabamos de receber a notícia que virá apenas um. Ou seja, tudo continuará como antes.
A informatização do sistema de identificação do Departmento, que é um dos poucos a não possuir o sistema Afis, continua sem sair do papel. Essa informatização está sendo feita por meio de uma Parceria Público-Privada, e nem assim a coisa anda. Uma lentidão que compromete todo o serviço prestado pela categoria.
A perícia necropapiloscópica no DML, responsável pela identificação de mais de 90% dos corpos que dão entrada naquele setor, funciona precariamente. Falta tudo! Até sua regulamentação legal nunca saiu do papel.
Os postos de identificação da Grande Vitória e do Interior são o retrato do abandono. Paralelamente, dos 76 postos, somente 18 possuem perito papiloscópico porque os demais são ocupados por funcionários estranhos aos quadros da categoria, que exercem atividades exclusivas do cargo numa clara usurpação de função publica patrocinada pelo próprio Estado.
O cargo, apesar de promessas e mais promessas, continua fora do concurso da PC cujas inscrições se encerram esta semana.
E o salário já é o menor do país.
Uma situação calamitosa e os caras ficam melindrados com a críticas e protestos da categoria. Com toda a vênia: diante disso e muito mais, as reclamações dos peritos papiloscópicos estão muito aquém do que seria necessário. Os peritos que estão submetidos a isso são verdadeiros heróis para fazerem funcionar toda a máquina com risco das próprias vidas, sem reconhecimento algum!
