Home / NOTICIAS >> VER TODAS / RESPOSTA DA QUESTÃO ABAIXO
pm2.jpg - 22.94 Kb

RESPOSTA DA QUESTÃO ABAIXO

pm2.jpg - 22.94 KbConforme as pessoas que acessam o site da APPES devem estar constatando, está sendo bem difícil afirmar que o fragmento de impressão coletado no local do assassinato do colega policial militar se trata da impressão digital colocada ao lado dele.

Até mesmo vários colegas peritos devem estar sentido essa dificuldade, pois o fragmento está complemente sem nitidez, dificultando uma afirmativa de identidade pela análise e comparação com a impressão digital do acusado de ter participado do crime.

 

E a dificuldade está relacionada ao fato de que ainda vigora no Brasil uma Convenção Internacional que estabelece um número mínimo de pontos característicos para que se possa definir a identidade de uma pessoa por meio deles.

Pontos característicos são minúcias que as impressões digitais apresentam e que pela análise de um perito em impressões digitais atestam ser uma impressão simétrica (idêntica) à outra. Esse número de pontos está estabelecido em 12 pontos. Hoje em dia, essa Convenção tem passado por diversos reestudos, valendo mais a interpretação do perito a respeito de um determinado ponto característico do que a quantidade deles encontrados nas impressões.

Entretanto, ainda vivemos num País em que a expertise de um perito conta tanto quanto as convenções, os tratados e as leis, haja vista adotarmos um Direito escrito, ao contrário de outros países em que a prova pericial é debatida nos julgamentos. A prova pericial no Brasil não é repetida em juízo. Ela é colhida na fase do inquérito e posterga-se sua apresentação para o momento dos debates entre acusação e defesa. Mas, ela não é mais repetida.

 

Nova Técnica

Ficamos com esse fragmento durante quatro dias seguidos, trabalhando inclusive neste feriado de Semana Santa. A dificuldade em encontrar as minúcias mínimas exigidas era tanta que alguns peritos já tinham se dado por vencidos.

Mas, a perseverança é a mãe de todas as conquistas. E podemos dizer aqui para todos os demais colegas peritos: desenvolvemos uma técnica que nos permite encontrar 12, 13, 14, 15, 16 ou até mais pontos nesse fragmento sem qualquer nitidez, atestando cabalmente ter sido produzido pelo acusado na cena do assassinato.

Essa técnica vamos apresentar aos demais peritos no Seminário que vai ocorrer no Espírito Santo, em comemoração à data dos 100 anos do Departamento de Identificação, em 13/01/2012. Reputamos essa técnica um auxiliar tão importante para os peritos em Papiloscopia quanto o próprio sistema Afis.

Isso porque sua aplicação vai facilitar muito a análise dos fragmentos encontrados nos locais de crimes, especialmente os fragmentos sem nitidez suficiente e que apresentem pontos de elevado grau de dificuldade para a descoberta e a comparação. Diga adeus às horas e horas de estudo analisando um fragmento de impressão digital, contando linhas, fazendo medições e comparações em cessar. A nova técnica vai facilitar sua vida como nunca!

Depois de quatro dias seguidos com os olhos pregados na tela do computador tentando descobrir as minúcias suficientes, estudando a impressão de ponta a cabeça, buscando várias saídas para encontrá-las no fragmento, pois sabíamos que eram simétricas (idênticas), a felicidade de ter encontrado uma forma eficiente e cabal de atestá-las nos revigorou por completo.

Nos fortalecemos para curtir o restante do feriado da Semana Santa!

Ah, a impressão digital e o fragmento da matéria abaixo são idênticos e foram produzidos pelo acusado no porta-malas do taxi usado no assassinato. Além desse, temos outro que ele produziu na porta do taxi.

Vai ter que se explicar para o juiz…

Verifique Também

A quem interessa?

Conheça o trabalho dos Peritos Oficiais Criminais. Espírito Santo paga pior salário do país paraos ...