SERES HUMANOS E OBJETOS

Um deles identifica raias de projéteis… Ocorre um homicídio, o local é periciado, encontra-se o projétil e a arma, que são levados para exames (atualmente tudo feito numa máquina – comparador, que faz todo o serviço), e se chega à conclusão de que realmente a bala partiu da arma apreendida. Pronto! Está IDENTIFICADA a arma de onde partiu o disparo causador do homicídio. E ninguém duvida da condição de perito de quem realizou o exame e identificou a arma!

Outro deles identifica documentos falsos… Ocorre um crime de uso de documento falso. O documento é aprendido e levado para ser periciado. Chegando ao laboratório, o documento é submetido a um sistema de identificação (verificação) de autenticidade ou a alguém que detenha conhecimentos adquiridos nos órgãos expedidores desses documentos. Pronto! Está IDENTIFICADA a autenticidade do documento. E ninguém duvida da condição de perito de quem realizou o exame e identificou a autenticidade do documento!

Mais outro deles identifica escritas falsas… Ocorre um crime com o uso de escrita. Por exemplo: uma ameaça por meio de escrita. A escrita é recolhida e levada a exame. Geralmente, obriga-se o suspeito a produzir inúmeras outras escritas objetivando compará-las com a escrita recolhida. Quase sempre em afronta à Constituição, fazendo-se o suspeito produzir provas contra si mesmo. Pronto! Com um microscópio ou um programa específico de computador, em questão de minutos está IDENTIFICADA a autoria da escrita. E ninguém duvida da condição de perito de quem realizou o exame e identificou o autor da escrita.

Vários outros deles IDENTIFICAM: chassis de automóveis, vísceras, ossos, arcada dentária, toxicidade de drogas, etc. E ninguém duvida que sejam peritos!

Agora, um grupo exatamente igual a eles está incumbido da IDENTIFICAÇÃO dos seres humanos. Juntando-se todas as identificações feitas por eles (documentos, balística, grafotecnia, drogas, chassis, etc.) não chega nem perto do volume de identificações diárias de seres humanos que é feita por esse grupo. Com certeza absoluta, setenta, oitenta por cento da população está identificada por esse grupo da mesmíssima espécie deles. Algo em torno de cem milhões, cento e trinta milhões de cidadãos, deste País, e alguns bilhões, mundo afora. Sem falar da identificação criminal dos seres humanos, também sob a responsabilidade desse grupo.

E não vamos nem tecer comentários sobre a identificação necropapiloscópica, a poroscopia, as pericias em locais de crimes e acidentes, a iconografia, as folhas e boletins de antecedentes criminais, etc. Todas sob a responsabilidade desse grupo.

O volume de identificação e a importância dos serviços que este grupo presta – a relevância da identificação que esse grupo realiza – é de tal ordem que se tornou necessário criar institutos específicos e autônomos para essa gigantesca tarefa. Compare o volume de serviços diário desse grupo com o dos demais e constate a diferença gigantesca existente.

Você já ouviu falar de institutos de balística? Ou de institutos de grafotecnia? Ou de institutos de documentoscopia? Ou de institutos de identificação de chassis de automóveis? Não, no âmbito estatal você nunca ouviu falar porque eles não existem em lugar algum do mundo. Todos esses tipos de identificação são agrupados num único instituto porque ocorrem em número bem menor, não havendo necessidade de fracioná-los. Trata-se de identificação de coisas, de objetos.

Não se quer aqui minimizar a importância de quem quer que seja. Os serviços que eles realizam também são muito importantes. Entretanto, não existe sistema ou programa (Afis) no mundo que possa afirmar, com absoluta certeza, a identidade de um ser humano por meio de impressões papilares, sem a presença de um componente desse grupo. E esse componente se denomina perito em Papiloscopia!

Mas, o que será que esse pessoal tem contra a IDENTIFICAÇÃO dos próprios seres humanos?! Por que será que insistem em não reconhecer a condição de peritos de quem cuida da identificação de todos os seres humanos deste País?!

Para eles IDENTIFICAR coisas ou objetos é mais importante do que IDENTIFICAR os próprios cidadãos?!

Notícia adicionada em: 10/19/2009 11:19:20 PM