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Trégua eleitoral – Homicídios voltam a disparar após as eleições

violncia.bmp - 29.84 KbTrégua eleitoral – Homicídios

voltam a disparar após as

eleições

 

  População capixaba: veja o absurdo!

  Você vai ler a matéria abaixo, mostrando as condições da violência no Espírito Santo. Enquanto a violência volta aos seus patamares habituais, a omissão de pessoas pagas pelo erário para coibi-la continua colocando em risco as vidas e o patrimônio dos cidadãos.    

  Hoje, dia 06/11/10, nos encontrávamos de plantão, e somente pela parte da manhã foram cometidos dois arrombamentos e um homicído em local fechado.

  EM NENHUM DESSES TRÊS CRIMES A PERÍCIA PAPILOSCÓPICA FOI ACIONADA PARA PERICIAR OS LOCAIS! UMA AGRESSÃO QUE O ESTADO COMETE CONTRA VOCÊ, CIDADÃO QUE PAGA SEUS IMPOSTOS, PERPETRADA PELA PRÓPRIA POLÍCIA, QUE DEVERIA TE DEFENDER!

  Três crimes, somente pela parte da manhã e, mesmo tendo uma determinação do Ministério Público capixaba e da Chefia de Polícia, a perícia papiloscópica não foi acionada, o que fatalmente redundará em mais impunidade para os criminosos.

  O superintendente da Polícia Técnica está preocupado com esse descalabro? Com as consequências que as vítimas desses crimes vão sofrer? É o que se pergunta! Isso é que deveria dar processo administrativo para apurar as responsabilidades!

  

José Rabelo

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  O ex-secretário de Segurança Rodney Miranda deixou o governo em meados de abril deste ano para concorrer a uma vaga na Assembleia Legislativa. No quadrimestre final de sua gestão, Rodney conseguiu bater todos os recordes de homicídios em um único mês. Está na conta dele a maior marca de assassinatos (197, em janeiro) registrado no governo Paulo Hartung. 

  Curiosamente, logo após a sua saída, as taxas de homicídios começaram a cair inexplicavelmente. O resultado foi comemorado pelo governo como uma vitória que “demorou, mas não tardou”. Passadas as eleições, porém, os números da violência voltaram aos patamares de guerra civil que marcaram estes quase oito anos do governo Hartung, variando entre 56 a 60 homicídios por 100 mil habitantes.

  O deputado estadual mais votado do Estado deixou o governo sem cumprir a promessa de reduzir em 10% o número de homicídios. Pior, o ex-secretário fez exatamente o contrário, alçou e manteve o Espírito Santo na ponta da tabela entre os estados mais violentos do País. Hoje os capixabas “brigam” com os alagoanos para decidir quem é que vai terminar 2010 com a maior taxa de homicídios do Brasil.
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  Mesmo diante de uma gestão tão funesta, o governador Paulo Hartung (PMDB) – principal cabo eleitoral de Rodney – apostou suas fichas no ex-secretário. A estratégia era, ao mesmo tempo, isentar o seu governo dos resultados pífios da área de segurança e mostrar que o “esforço” de Rodney começava a ser colhido caprichosamente após a sua saída.
  Hartung sabia que durante a campanha eleitoral, como de fato ocorreu em alguns momentos, os candidatos ao governo – Brice Bragato (Psol) e Luiz Paulo Vellozo Lucas (PSDB) – poderiam enfiar o dedo mais fundo na ferida da segurança e espalhar secreções purulentas e malcheirosas da gestão Rodney, colocando em risco a sua eleição. 

queda homicdios 3.jpg - 14.97 Kb  Coube então ao sucessor de Rodney, André Garcia, a missão de apresentar os números que apontariam a redução da taxa de homicídios no Estado entre maio e setembro deste ano, exatamente no auge da campanha eleitoral.

  Para o recado chegar aos eleitores, o feito foi repercutido imediatamente na mídia corporativa. O jornal A Gazeta abriu amplo espaço na edição do dia 16 de agosto deste ano para anunciar que o governo havia reduzido o número de homicídios no Espírito Santo. A manchete estampava a façanha: “(…) queda de 14,28% em três meses”. 

  O jornal não se preocupou em informar ao leitor (eleitor) que a projeção de homicídios para este ano – considerada a média de 160 mortes por mês – é de 1.920 assassinatos, ou seja, 56,5 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes. Média que consolida o Espírito Santo, com folga, como o segundo estado mais violento do País, ficando atrás apenas de Alagoas.

Encerrada as eleições e com Rodney coroado deputado estadual recordista de votos (65.049), o número de homicídios voltou aos níveis “normais” no mês passado. 

  Em outubro, morreram no Estado 163 pessoas, 108 na Grande Vitória e 55 no interior. O aumento, em relação setembro, é de 23%. Para se ter uma ideia dos níveis da violência, que nunca foram reduzidos mas apenas represados, foram assassinadas em outubro 31 pessoas em Cariacica, 29 em Serra, 23 em Vila Velha e outras 16 em Vitória. 

  Os quatro municípios mais populosos do Estado são também os mais violentos. No comparativo entre 2009 e 2010, as taxas de homicídios entre esses municípios praticamente se mantiveram em patamares elevados. Vitória ainda projeta um aumento de quatro pontos em relação ao ano passado, variando de 56 para 60 homicídios/100 mil.queda homicdios 4.jpg - 18.01 Kb

  A taxa da Capital, intolerável para os padrões nacionais (25/100 mil), está ainda bastante aquém da situação de violência que prevalece nos municípios de Serra, Cariacica e Vila Velha.  

  As projeções de homicídios para 2010 reservam um cenário sombrio para os três municípios. Em Cariacica, município mais violento do Estado, para cada grupo de 100 mil habitantes são assassinadas 98 pessoas. Na Serra, segundo município mais violento do ranking capixaba, a projeção é de 94 homicídios/100 mil; em Vila Velha o índice cai um pouco, mas não deixa de ser alarmante: 72/100 mil. 

  De janeiro a outubro deste ano, 1591 pessoas foram assassinadas no Espírito Santo. Nos comparativos com os mesmos períodos dos anos de 2009 (1685) e 2008 (1645) é possível perceber que o índice de homicídios continua elevado e não esboça recuou. 

  Àquela mesma reportagem do dia 16/08 do jornal A Gazeta, o secretário de Segurança André Garcia declarou que estava apenas colhendo os frutos do trabalho iniciado por Rodney. Para introduzir a fala de Garcia, o texto ainda faz uma “gracinha”: “Mágica? Não. O próprio secretário de Segurança admite que se colhe hoje o que começou a ser plantado em 2003, com planejamento de ações”. 

  O depoimento otimista do secretário, além de tentar melhorar a imagem do governo, dá também uma “forcinha” para o então candidato Rodney Miranda ao reconhecer o “esforço” perseverado pelo amigo. 

  O secretário André Garcia – que veio na bagagem de Rodney quando este deixou o estado de Pernambuco (sem deixar saudades) para retornar ao comando da segurança capixaba pela segunda vez –, aos poucos, começa a revelar que foi um bom aluno do superdelegado, pelo menos foi assíduo à aula de “maquiagem de dados”. 

  O problema da violência, que já se tornou crônico e complexo no Espírito Santo, não poderia ser resolvido de maneira simplista como apontou o sucessor de Rodney Miranda. Em agosto, Garcia creditou os méritos da redução dos homicídios aos concursos da PM e a operação da polícia batizada de “mancha criminal”. 

  O secretário, como fez Rodney durante os mais de seis anos em que esteve à frente da Secretaria, não tem nenhum projeto consistente para combater a criminalidade e nem tampouco se apoia em qualquer planejamento legado por Rodney, que se agarrou na “Lei Seca” como a sua única arma para combater a criminalidade no Estado. 

  Os dados apurados até outubro projetam cerca de 1920 mortes até o final de 2010. O número estabelece uma média de 56,5 homicídios por 100 mil habitantes, marca considerada intolerável para a maioria dos estados brasileiros, que trabalham dentro da média nacional de 25 homicídios por 100 mil habitantes. 

  Outros estados

 queda homicdios 5.jpg - 11.33 Kb  Para efeito de comparação, em 2003, o Rio de Janeiro amargava a taxa de 52,5 homicídios para cada grupo de 100 mil habitantes, à época uma das mais altas do País. No mesmo ano, Hartung encerrava o seu primeiro ano de governo com 50,1 homicídios por 100 mil. 

  Ao contrário do governador Hartung, a então governadora fluminense, Rosinha Garotinho, percebeu que precisava reduzir os índices de homicídios urgentemente. E conseguiu. Rosinha passou o bastão para o sucessor, Sérgio Cabral (PMDB), em 2006, com a taxa de 40 homicídios/100 mil. Enquanto isso, Paulo Hartung abria seu segundo mandato com a taxa de 53 homicídios/100 mil, um aumento de três pontos em relação à taxa de 2003 (50,1). 

  Se Hartung deixava as taxas crescerem por aqui, Cabral comemorava a desaceleração da taxa no Rio. Com base na média nacional, Cabral sabia que a taxa de 36/100 mil (2008) ainda era alta e precisava fazer mais. 

  Em 2008, o governador do Rio de Janeiro criou as Unidades de Polícia Pacificadora (UPPs) para retomar o controle dos morros cariocas que estavam nas mãos do crime organizado. Com as UPPs, Cabral conseguiu empurrar a taxa para 33/100 mil (2009) e a tendência é de que o índice recue ainda este ano. 

  Se no Rio de Janeiro o recuo da taxa de homicídio tem deixado a população mais otimista, em São Paulo o decréscimo registrado no mesmo período é ainda mais espetacular. O estado paulista, que em 2003 convivia com a taxa de quase 40 homicídios/100 mil, hoje se esforça para reduzir a taxa para um dígito. 

queda homicdos 6.jpg - 28.49 Kb  Em 2009, São Paulo registrou 10,9 homicídios/100 mil. No mesmo ano, no Espírito Santo, a taxa foi seis vezes superior à de São Paulo (62). 

  Ao contrário do governador Paulo Hartung e de seus apoiadores, que demonstram estar satisfeitos com a gestão na área de segurança, o governo paulista quer alcançar o padrão internacional. São Paulo quer agora se enquadrar na recomendação da Organização Mundial de Saúde (OMS) e reduzir a taxa para um dígito. Taxa que colocaria São Paulo na média das grandes metrópoles internacionais. 

  Depois que Rodney Miranda deixou a Secretaria de Segurança Pública de Pernambuco, o estado lançou o “Pacto pela Vida” e vem conseguindo, ano a ano, reduzir o número de homicídios. O governo pernambucano registrou 23º mês consecutivo de redução dos Crimes Violentos Letais Intencionais (CVLIs). 

  Entre os meses de outubro de 2009 e 2010, comparado ao mesmo período, entre 2008 e 2009, houve queda de 13,3% na taxa de mortes, considerando o número de homicídios por 100 mil habitantes. A taxa caiu de 47,37 para 41,05 CVLIs por 100 mil habitantes. 

  Em 2011, o governador eleito Renato Casagrande (PSB) herda, na melhor das hipóteses, uma taxa de 56 homicídios/100 mil do seu parceiro Paulo Hartung. Exatamente a mesma taxa de homicídio que Pernambuco tinha há três anos. 

  O governador eleito de Pernambuco e companheiro de partido de Casagrande, Eduardo Campos, assume o estado nordestino em uma situação bem melhor à do colega capixaba. Com a taxa de homicídio em queda há quase dois anos, Campos tem a missão de reduzir o índice de homicídio em 12% ao ano. Já Casagrande, tem dificuldade para fazer qualquer previsão. 

Fonte: www.seculodiario.com

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