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PERITOS FICAM FORA DO CONCURSO

Depois de muita promessa como sempre não cumprida, o Governo, premido pelo aumento incontrolável da violência (acaba de ser publicada matéria nos meios de comunicação dando conta de continuarmos sendo os campeões nacionais no assunto), resolveu abrir concurso para os cargos de: delegado, médico-legista, escrivão e auxiliar de perícia médica.
O número de vagas a serem ofertadas é irrisório, diante da defasagem verificada ao longo de muitos e muitos anos sem a realização de concurso, mas ameniza o caos existente e já é um alento para escrivães, delegados, médicos e auxiliares. São lutadores da segurança e merecedores.
Exceto para o cargo de delegado, para o qual há poucos anos foi realizado um certame público para preenchimento de vagas, os demais cargos acima há muito tempo não tinham seus quadros recompostos, causando um grave entrave no funcionamento eficaz da Polícia Civil e causando uma carga de serviço inumana para os policiais neles lotados.
Os ocupantes do cargo de agente de polícia encontram-se pleiteando a isonomia com os investigadores e traduz-se numa história à parte, tratando-se de uma situação peculiar que está sendo discutida com os representantes das duas categorias e com o Governo.
Entretanto, a pergunta que fica no ar é: POR QUE O GOVERNO NÃO INCLUIU OS CARGOS DE INVESTIGADOR E PERITO PAPILOSCÓPICO NA ATUAL RELAÇÃO? Isso porque sem um número de investigadores perto do ideal e sem peritos papiloscópicos (há quase 15 anos não tem concurso para este cargo), setores essenciais da Polícia ficarão totalmente sem assistência, causando enormes entraves e problemas, paralisando setores vitais.
O Governo alega que não incluiu o cargo de investigador no concurso a ser realizado porque se encontra na Justiça a disputa pela nomeação dos aprovados no último concurso e, segundo palavras de membros do próprio Governo, “deve-se aguardar a decisão final da Justiça”. Ledo engano e notório palavreado para iludir os incautos. É muito fácil para o Governo acabar com os problemas judiciais atinentes ao concurso: basta nomear quem de direito e a ação finda. Já pensou se esse processo leva 20 anos… Não será realizado concurso para o cargo tão cedo, então.
E o cargo de perito papiloscópico?! Todos sabem que a afluência de pessoas diárias no Departamento de Identificação gira em torno de 500 a 700 por dia. Isso sem contar os documentos que chegam do Interior do Estado. Nota-se que é um dos maiores volumes de trabalho da Polícia; senão o maior.
E por que esses cargos não entraram no concurso? Tudo parece se resumir no fato de que o Governo tem esperança de reverter o nível superior das duas categorias acima, na ação direta de inconstitucionalidade que se encontra no Supremo Tribunal Federal.
O circo está armado e tudo parece não passar de uma grande conversa fiada com a finalidade de dar tempo ao tempo e fazer “pressão” para acabar com a conquista dessas duas categorias (o nível superior). Queríamos estar enganados e que nosso pensamento não fosse o correto nessa questão, mas as atitudes do Governo nos levam a estar a cada dia mais cientes de que o objetivo final é impedir o crescimento dos policiais.
Se nosso pensamento não está certo, por que o Governo não chama essas duas categorias para o diálogo e propõe o envio de uma lei (nos moldes da atual questionada no Supremo) garantindo definitivamente os direitos dos investigadores e dos peritos papiloscópicos, fazendo cessar a ação no Supremo? Por que não faz o mesmo em relação aos agentes de polícia, garantindo o nível superior para eles também?
Vejam o caso dos policiais federais (agentes e papiloscopistas lutam pelo nível superior), que acabaram de sair de uma greve de muitos dias sem conseguir o nível superior. E se não querem nível superior para os policiais federais, quem dirá para os estaduais! Quem foi contra a conquista daquelas categorias policiais federais?
É notória a fala de algumas autoridades afirmando que “policial culto é sinônimo de policial frouxo”.
Os investigadores e peritos papiloscópicos não podem esquecer que há uma ação no Supremo questionando o nível superior, cujos reflexos se estenderão ao país inteiro (todos serão atingidos com a decisão). E todos sabemos quem fomentou e forneceu documentos para acabar com as conquistas dessas categorias.
Os Governos, tanto Estadual quanto Federal, nunca suportaram o fato de policiais terem conseguido conquistar o nível superior e de estarem se aprimorando culturalmente. Os governantes sempre quiseram policiais ignorantes, desconhecedores de seus direitos, para servirem de massa de manobra do sistema que toma conta do país desde que o mundo é mundo, qual seja: os ricos sentando o pau nos pobres e tomando conta de todas as riquezas da nação.
Os policiais dessas duas categorias devem ficar muito atentos, acompanhando o desenrolar dos fatos, cobrando uma posição de quem de direito/dever.
O Governo está literalmente “comendo” o mingau pelas beiradas, pouco-a-pouco, cadinho a cadinho. Enrola aqui, engana ali, ludibria acolá. Essa é a tática…
Devemos todos ficar de olhos abertos, pois o concurso para os cargos de investigador e perito papiloscópico sacramentaria de vez o nível superior desses cargos, tornando a situação irreversível. É dessa certeza que o Governo está fugindo.
Enquanto isso, o Departamento de identificação está literalmente o caos, com os peritos papiloscópicos sendo tratados como escória; e a criminalidade aumenta sem cessar, em razão da falta de investigadores para investigar os crimes. Quem lucra é a impunidade.
Apesar de alguns colegas pensarem o contrário, e pelos quais nutrimos absoluto respeito, essa é a posição. E não há quem possa alterar esse nosso modo de pensar, haja vista que as atitudes governamentais, tanto ao nível federal quanto estadual, mostram que há uma política orquestrada levando a um final desejado somente pelos inimigos do aprimoramento cultural desses dois cargos policiais.
Somente a união ferrenha das duas categorias pode mudar a situação.

Notícia adicionada em: 11/19/2004 9:20:29 PM

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