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Explicando a posição dos peritos papiloscópicos para os demais policiais

Alguns policiais e dirigentes de Entidades têm perguntado o motivo de os peritos papiloscópicos estarem realizando movimentos separados dos demais policiais, nas últimas semanas.

Nessa última segunda-feira (dia 04), numa visita que fez ao Sindipol, o diretor da Assinpol Aloísio Fajardo perguntava exatamente sobre essa posição dos peritos papiloscópicos de lutar em separado na questão do subsídio. Foi explicado a ele que os peritos papiloscópicos não estão fazendo movimentos por causa da questão do subsídio.

O que ocorre é que o cargo de perito papiloscópico foi rebaixado na tabela de subsídios criada pelo Governo. Ele deixou de fazer parte do grupo de cargos de nível superior, ficando numa posição intermediária da tabela. Uma injustiça que se comete com um cargo de tamanha importância para a Polícia e para a sociedade.

Os movimentos paredistas dos peritos papiloscópicos estão sendo feitos para reivindicar o retorno do cargo para o grupo de cargos de nível superior da PC. Os peritos papiloscópicos não estão discutindo a questão do pagamento através de subsídio. O que eles pleiteiam é o retorno do cargo ao grupo de cargos de nível superior, se posicionando contra o rebaixamento a que foram relegados, depois de tantos anos de luta.

A Papiloscopia é uma das Ciências criminais mais antigas da humanidade, prestando serviços públicos há mais de 100 anos no Brasil e há mais de 200 anos nos países da Europa e nos Estados Unidos. Nesses países ela desfruta de um reconhecimento sem par, sendo seus peritos requisitados em todos os locais de crimes, atuando em conjunto com os demais policiais na elucidação de um número incontável de crimes.

A importância dessa Ciência Criminal é tanta que vários mestres e doutores em Direito e também antropólogos têm defendido teses em que a Papiloscopia aparece como a Ciência que criou o biótipo do criminoso brasileiro. Nos Institutos de Identificação do Brasil nasceu a idéia de uma polícia única, toda técnica, toda de nível superior. E isso há mais de cinqüenta anos.

No país mais desenvolvido do planeta, os Estados Unidos da Améria do Norte, a Papiloscopia é largamente utilizada e é responsável pela elucidação de mais de 70% dos crimes lá ocorridos. Não há um crime que deixe vestígios nos Estados Unidos em que o perito em Papiloscopia não se faça presente, contribuindo para sua elucidação.

Na Inglaterra, técnicas envolvendo impressões digitais desfrutam de um reconhecimento ímpar e amplo, tanto para uso civil como para uso criminal, conforme se observa no texto abaixo, publicado no site “gazetaonline”:

“Impressão digital vai identificar uso de droga
Até agora, a biometria era o máximo da tecnologia envolvendo impressões digitais. Esse cenário mudará, no entanto, se depender de pesquisadores britânicos, que querem utilizar essa marca pessoal para identificar doenças, uso de drogas e também casos de doping (uso de substâncias químicas entre atletas).

David A. Russell, pesquisador da Universidade East Anglia e líder do projeto, espera que em breve seja possível obter informações sobre o estilo de vida de uma pessoa, com base em suas impressões digitais. “Dessa forma, seria possível usar essa técnica para detectar o uso de drogas, remédios e comida ingerida, além de diagnosticar algumas doenças”, afirmou o pesquisador.”

Várias pessoas desconhecem a importância da Papiloscopia para a elucidação dos crimes, mas basta se assistir a um desses canais de TV’s pagos para se constatar o quão importante ela é para as Polícias e para a sociedade. A comunidade internacional destaca corriqueiramente a importância dessa Ciência Criminal e seu papel relevante na história da busca aos criminosos. Além de utilizar um dos métodos mais baratos existentes, ela é uma das poucas Ciências cujos laudos são absolutamente conclusivos, não pairando qualquer dúvida quando indica que uma prova se relaciona a um determinado criminoso. Isso sem falar nos retratos falados, na identificação criminal, a identificação necro-papiloscópica, na manutenção do maior banco de dados civil e criminal do Estado, nas atribuições contidas no Código de Processo Penal (art. 809 do CPP), na emissão de Folhas e Boletins de antecedentes criminais e na identificação civil; todas essas atribuições do cargo.

Já no Brasil, País em que a violência e os altos índices de criminalidade imperam, os peritos em Papiloscopia têm que provar dia a dia a importância desse cargo para o combate aos criminosos, numa inversão de valores sem precedentes.
Só nos primeiros quatro meses do ano, segundo reportagem publicada no jornal “A Tribuna”, foram cometidos quase 4.000 arrombamentos. Desses 4.000 arrombamentos ocorridos, os peritos papiloscópicos foram chamados para periciar apenas 400 deles. Será que essa não é também uma das causas diretas do aumento vertiginoso da impunidade no Brasil?

Ao final da conversa, o diretor Aloísio Fajardo, um camarada da mais alta qualidade, afirmou que será o primeiro a defender numa Assembléia Geral que a questão dos peritos papiloscópicos seja imediatamente solucionada, reparando-se a injustiça cometida.

Enfim, os peritos papiloscópicos não estão discutindo se aceitam ou não a tabela dos subsídios proposta pelo Governo, e sim que o cargo volte a ocupar seu lugar no grupo de cargos de nível superior da PC. Resolvido seu problema, os peritos papiloscópicos, como sempre fizeram, estarão juntos aos demais policiais, na Assembléia Geral convocada para discutir os subsídios, para votar se aceitam ou não a tabela apresentada pelo Governo.

Os peritos papiloscópicos contam com o apoio de todos os policiais em mais esse momento de luta pelos seus direitos!

Antônio Tadeu Nicoletti Pereira

Publicado no site do SindipolES

Notícia adicionada em: 6/6/2007 11:54:29 AM

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