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PARA OS IGNORANTES DE SEMPRE E PARA O GOVERNO PÁBULO

Há aproximadamente um ano, ocorreu um crime que chocou a comunidade capixaba: o estupro seguido do assassinato de uma professora por um facínora travestido de “perueiro” (motorista de transporte alternativo). Uma professora que gozava do respeito de toda a sociedade local.
A polícia agiu rapidamente e baseada em informações conseguiu deter o criminoso. A partir de sua prisão ele começou a alegar um monte de histórias em sua defesa, acusando a professora de tê-lo agredido, chamando-o de “negro imundo”, de ter se oferecido a ele; e coisas do gênero… Como a professora não mais está entre nós, o criminoso segue criando suas histórias, já que ela não pode contestar suas afirmações.
No local do crime foi descoberto um papel amassado (bem embolado), sujo de sangue, contendo um mapa. Esse papel foi enviado pela Justiça para análise de DNA objetivando comparar o sangue nele contido com o do criminoso, com a recomendação de que, após a coleta do material (sangue) fosse encaminhado para a perícia papiloscópica, pois o sangue nele impregnado poderia conter fragmentos de impressões digitais. Recomendação feita por uma escrivã da Justiça com poucos conhecimentos da atividade policial.
Não se sabe o resultado do exame de DNA.
Dias atrás (um ano depois), a escrivã telefona a fim de saber se o papel havia chegado ao seu destino e se havia sido periciado, conforme recomendado. Foi informado a ela que nada havia chegado às mãos dos peritos papiloscópicos e que não se sabia informar seu paradeiro.
A escrivã se mostrou indignada, falando ao telefone: “ vou verificar o que ocorreu e daqui a pouco dou um retorno para vocês. A Justiça quer que o material encontrado na cena do crime seja periciado pelos peritos papiloscópicos”. Minutos depois, discou de volta afirmando que havia descoberto o paradeiro do papel e que havia solicitado que ele fosse encaminhado rapidamente para exame pericial, conforme recomendação inicial.
No dia subseqüente a esse diálogo com a escrivã, chega o material para a perícia papiloscópica. Um ano após o crime, um papel chegou para que fosse verificado se nele havia impressões digitais do criminoso. A importância do papel é que ele contém um mapa com o itinerário da professora, o que pode jogar por terra toda a defesa do acusado do crime, deixando patente sua premeditação e todas as inverdades que vem proferindo em detrimento de sua imagem.
Meio desiludidos com mais uma demora inexplicável no envio de materiais encontrados em locais de crimes e com a contumaz desconsideração em relação à importância da Papiloscópia para a resolução dos crimes, os peritos papiloscópicos caíram em campo para tentar obter vestígios digitais no papel enviado.
Utilizando-se de todas as técnicas e dedicação disponíveis, em face do abandono a que estão relegados, lá estava a prova contundente: FOI ENCONTRADO UM FRAGMENTO DIGITAL NO PAPEL QUE, APÓS AS COMPARAÇÕES, ERA EXATAMENTE UMA DAS IMPRESSÕES DIGITAIS DO CRIMINOSO.
Um ano depois… Um papel sujeito às ações do tempo… Mas o criminoso foi desmascarado.
Uma atuação digna de países de primeiro mundo!
Não fosse o descaso com os peritos papiloscópcios e com a Papiloscopia, como há anos seguidos governos e secretários de segurança vêm praticando, em detrimento da segurança da população, desvalorizando peritos oficiais do Estado de forma acintosa, crimes como esse poderiam ter uma solução mais rápida e eficaz, impedindo-se que criminosos continuassem denegrindo a imagem das pessoas das quais tiraram as vidas.
Não fosse um País de criminosos, tanto bestiais como governamentais, e a sociedade poderia estar muito melhor guardada em face da violência que tomou conta da cidade.

Antônio Tadeu Nicoletti Pereira
Diretor Administrativo da APPES

Notícia adicionada em: 5/13/2007 1:01:40 AM

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